Piruetas mexidas mas deslocadas e pouco atractivas. Nem para a fotografia. Ainda se fossem estas xicas colombianas que vemos na fotografia e que fomos buscar à Net, vá que não vá. Certo que também por lá havia alguns peitos avantajados e pernas ao leu a virar para a selulite.
Fizeram perder um tempo infinito a quem esperava ver desfilar as marchas do seu bairro. Uma coreografia desgarrada e umas vozes que nem o frenético tocar dos bombos, harmonizou. Não estivemos lá. Vimos pela televisão. Mas nem tudo. O começo não nos agarrou. Gostamos mais da exibição das crianças vestidas à república. Foram mais naturais e portaram-se bem.
É verdade que Lisboa é uma cidade cosmopolita: mas mostre-se aquilo que mais nos caracteriza e deixe-se de importar modelos que, além de não serem genuínos, nada dizem à nossa gente - Pois o que é que de especial tinha aquele pequeno grupo de pândegos (diziam eles, património da humanidade(?!) para abrirem um desfile, com o qual nada se identificavam? - Então que se faça um desfile carnavalesco.
Também Sintra não é de Lisboa. Se a moda pega, já não é um desfile de bairros alfacinhas mas de cidades do distrito. Ainda assim, foi bem recebida: há muita gente que vive lá e que trabalha na capital. Mas, nesse caso, terão que tornar a participação mais extensiva. Não aprovamos a ideia. Que desfilem lá onde devem desfilar. Ou então que o façam noutro contexto. Houve ali um oportunismo politico, obviamente e mal disfarçado. Muito brilho plastificado. Mas não se saiu mal. Teve um excelente acompanhamento filarmónico - talvez o melhor de todos. A imagem coreográfica é de matriz sintrense mas a puxar ao artificial: teve o condão de fazer esquecer o grupo carnavalesco.
É certo que o grupo colombiano introduziu algum exotismo e novidade num espectáculo que não costuma primar pela inovação, mas não cremos que fosse o tipo de exibição o que grande público da Avenida (e pela televisão) mais desejasse ver. Então que convidassem os brasileiros, pois sempre nos ligam algumas raízes e teriam tido outro impacto - junto dos milhares de emigrantes que vivem em Lisboa e no resto do país.Aliás, talvez até fosse um insulto para eles - Pois quem é que, em Portugal, ouviu falar no Carnaval da Colômbia? - Carnaval e futebol é marca brasileira! - Quem é que a destrona?!...
Para liderar as operações, a RTP chamou Carlos Malato - forçado e maneirado, um estilo gasto e piroso - mais uma vez quis fazer graça quando não tem graça alguma - O gosto do público também se cultiva: não o obriguem a ter que se habituar à piroseira. Se calhar nem nas festas onde ele gosta de assumir-se e dar largas aos seus naturais impulsos. Pois haverá, certamente, quem tenha melhor desempenho. (José Carlos Malato em festa gay)
"Diga-me uma coisa“: fora esta pergunta trivial que se faz quando não se sabe bem o que é que se há-de perguntar, os restantes elementos da equipa, estiveram à altura da festa: que mais não fosse pela alegria com que abordavam os entrevistados.
Em relação às restantes marchas - a avaliar pelos que vimos - o coração velhinho de Lisboa, Alfama, que Amália Rodrigues entronizou, não só nos pareceu ali ter uma entusiástica claque de apoio, como, uma vez mais, parece ter feito justiça aos seus pergaminhos. O coro não desatinou. E houve ali algum arzinho muito Lisboeta. - Parabéns ao município, porque, mesmo em tempo de crise, lá cumpriu a tradição e tornou a noite de Santo António, mais foliona.
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