quarta-feira, 8 de junho de 2011

ALMERINDO MARQUES, O FURÃO-CAMALEÃO DOS TACHOS – SOOU-LHE A MUDANÇA DE GOVERNO, DEMITE-SE DAS ESTRADAS DE PORTUGAL À ESPERA UM NOVO SARMENTO


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Almerindo da Silva Marques, já foi apelidado de papa açordas de O EXECRÁVEL e de outros mimos. Mas tem de facto um ar prepotente, autoritário e espertalhaço. E talvez isso não baste para designar um dos mais típicos furões-camaleões – Eles aproximam-se do poder como a Mosca-varejeirada carne podre. Existem em todos os partidos e o supremo objectivo que os move é furar, governarem-se. São sagazes e espertos como as raposas. O ex-presidente das Estradas de Portugal, Almerindo Marques, é um desses exemplos.

Anunciou a sua demissão, em medos de Março, com efeitos a partir de Abril. Como nem sempre acompanho as noticias, o episódio passou-me despercebido. Um acaso na Net, levou-me ao assunto. Fiquei a saber que o inteligente gestor estava no segundo mandato há menos de oito meses mas, segundo o Diário de Notícias, a indefinição do Governo quanto ao modelo de financiamento da empresa terá levado Almerindo Marques a considerar esgotados os objectivos estratégicos a que se tinha proposto – Claro, que esta foi a sua desculpa, porque, ele, como matreiro que é, já devia estar a par da cilada que a direita se preparava para fazer cair o governo de José Sócrates - até porque tem lá bons amigos - Ou não tivesse sido ele o testa de ferro das estratégias de Barroso e Santana, na RTP!.




O que agora fez, foi a cópia fiel da mesma cena que engendrou, pouco tempo antes da queda do governo de Guterres. Tendo-se demitido dos cargos que ocupava na CGD, alegadamente por divergências com o presidente António Sousa. Agora, aí está ele, certamente já com olho fisgado, no novo governo

Ele entrou para o PS, nos anos da revolução: houve os que se mantiveram fiéis ao seu ideário e não se aproveitassem da politica para altos cargos na administrarão ou na banca. Mas eu penso que ele correu sobretudo pelo tacho - e do grande!

Não vou aqui perder mais tempo com tão semelhante criatura. Julgo que, para quem não ande demasiado distraído, ele já mostrou bem o tipo de carácter que cultiva – O que não compreendo é, que depois de ele ter aceite o cargo de Presidente da administração da RTP (ladeado pelo jornalista do Expresso, Luís Marques e outros comissários duros do PSD, com a cumplicidade dos quais se comportou como um ditador), a convite do ultra-liberal Morais Sarmento, sim, o Ministro Lino, o fosse chamar para Presidente da Estradas de Portugal.

Lá nisso, Belmiro de Azevedo, não vai de modas: ele não acredita nos partidos de esquerda, porque (tal como ele) a direita é pragmática, é implacável em defesa dos seus interessasses partidários, e a esquerda nem sempre tem a coragem de lhe dar a vassourada merecida. Diz ele: "Eu tenho de ser pragmático, os políticos da esquerda não têm nenhuma competência para governar o país" - Obviamente, não lhe facilitam a rapina com a rapidez que ele quer. Mas, a esquerda, terá de abrir um pouco mais os olhos, e concluir que, com a direita, não há entendimento possível: só aceitam acordos, se a corda esticar para o seu lado, ou para algum compasso de espera, com vista a deferirem melhor o golpe.

Obviamente, mais um tiro nos pés do governo de José Sócrates, que não se importou de manter Rui Pego (do PSD) como Director da RDP, bem como outras figuras, militantes do mesmo partido a mandar na programação e informação da RTP. Aceitou que a CGD fosse presidida por um ex-ministro da Cavaco Silva, e, na EDP, um ex-ministro santanista - Eu compreendo, em parte a razão: Sócrates, não queria entrar em choque com Cavaco, pois saberia, por certo, que os seus olheiros, o controlavam de alto a baixo.Procurou não afrontá-lo, mas acabou por pagar por elevado preço o não ter feito, chamando os bois pelos nomes: mesmo agora na campanha eleitoral, não foi beliscado. Escrevi neste blogue, que, Cavaco Silva, é obsessivo, fiel ao liberalismo selvagem - e já havia dado abundantes sinais de querer derrubar o governo. Quem se encolha e não se coloque, pelo menos, em pé de igualdade, perde - é esmagado pela sua arrogância e sobraçaria. Foi o que agora sucedeu.

Não é que eu defenda que, nos altos cargos, não tenha de prevalecer o mérito, claro que sim, esse deve ser a preocupação principal, mas a confiança política, também é importante - aliás, está regulamentado pela lei. Pois, de outro modo, um governo não faz passar as suas orientações e o seu programa – Vão ver que, Passos e Portas, correm com tudo quanto não seja militância sua –E vão fazê-lo desde a base até ao topo. Foi o que fizeram no tempo de Cavaco Silva – pessoalmente, fui uma das muitas vítimas, e não era militante de nenhum partido, mas tive o azar de não ter o cartão laranja – Nos governos de Durão e Santana, passou-se a mesma coisa.Puseram milhares na rua: tudo quanto não tinha vínculo, não foi renovado. Guterres, regularizou-lhes a situação, e mais deles foram lá postos pelo governo do PSD. Só que os furões-camaleões, esses, seja que situação for, antecipam-se: têm olho fino de perdigueiro, safam-se! Estão dotados de um tal mimetismo que lhes permite, saírem primeiro para depois entrarem logo na frente.

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