Mas o que é que Miguel Sousa Tavares autor do “Equador”, o maior best-seller da actualidade, teria feito ao autor Armando Baptista Bastos, autor da “Elegia para um Caixão Vazio“ , que, de facto, não passou disso, em termos de preferências do público. (está em venda na Internet a 2.Euros BAPTISTA BASTOS ELEGIA PARA UM CAIXÃO VAZIO - Comprar na Internet ) Tal como muitos outros livros do mesmo autor, vendidos abaixo de preço de saldo, onde BB debitou as suas escorrências, pese uma certa "elite", sempre pronta a idolatrar-lhe as obras para depois, possivelmente, as deixar logo esquecidas nas suas prateleiras. Também eu tenho alguns dos seus livros, atraído pela curiosidade dos títulos e pela fama de que goza BB, mas não os consegui ler; não é tanto pela qualidade da escrita - é um prosador ao seu estilo: que cultiva a verrinia estomacal;gaba-se de ser o escritor escorreito de ganga e cortante (camiliano falhado), sim, que pretende aprimorar o vernáculo ao acinte, até raiar o barroco, mas que acaba por ser demasiado artificial e rebuscado, panfletário, chato e azedo. É outro dos autores incapazes de se distanciarem do temperamento odioso e mesquinho, que os apoquenta. Não, esse tipo de leitura não é do meu género. "Quem escreve é por condição senhor de prosápia, e o que lhe sai da pena pode dizer-se mais expressão de si do que da realidade incontestável das coisas" Manuel Mendes, em "Homens e Temas". Só que há prosápias que ainda se toleram, outra, nem por isso.
De facto, Baptista Bastos não foi nada meigo para com Miguel Sousa Tavares: aliás, não o criticou, mas insultou-o, por via de um comentário que MST, "fez publicar na gazeta semanal onde costuma deixar" - segundo as palavras de BB, " as escorrências a que chama artigos, um texto sobre a greve, cujo teor me abstenho de qualificar. A meio, insere um comentário, pretendidamente espirituoso, à minha crónica da última quarta-feira. Não lhe acerta uma. Deseja, apenas, fazer chicana. E demonstra uma impiedosa crueldade para quem gosta de prosa escorreita e asseada: não consegue escrever com tino, brio e gramática. Aquilo é um emaranhado de disparates, de espinoteantes tolejos, e apenas traduz a conjunção do que de mais retrógrado existe na sociedade. Ele é o xamã dessa tendência" - Ataque MST, numa crónica publicada, por Baptista Bastos, no Diário de Noticias, de 1 de Dezembro, a que deu por o título "A generosidade e o rancor" - Duas palavras verdadeiramente antagónicas, que, só talvez, numa prosa de faca e de alguidar, se ajustem. E, de facto, é o que ressalta na azeda crónica,publicada em: A generosidade e o rancor - Opinião - DN..
Ainda há pouco tempo, BB, se indignava, naquele mesmo espaço " Cada vez mais nos afastamos uns dos outros. Trespassamo-nos sem nos ver. Caminhamos nas ruas com a apática indiferença de sequer sabermos quem somos. Nem interessados estamos em o saber. Os dias deixaram de ser a aventura do imprevisto e a magia do improviso para se transformarem na amarga rotina do viver português e do existir em Portugal"" - Pelos vistos, na óptica do mesmo opinador, BB, eis que, de repente, tudo mudou:
Senão, veja-se, como, na citada crónica, Baptista Bastos orienta o seu cata-vento: pois bem, antes de se dirigir ao "rancor" de MST, constata que, a "generosidade" que andava tão distraída, afinal, "no último fim-de-semana", descobriu a miséria e "veio socorrer o português com a fome" De "repente", diz BB, "abriu-se o caminho de uma vida generosa" (..). "A grande força espiritual que se move nas horas de desespero, e parecia ameaçada de inanidade".
Sim, a tal caridade hipócrita que só se manifesta através de campanhas mediáticas para dar nas vistas e com objectivos mais políticos do que verdadeiramente sociais. Até parece que só agora é que descobriram que existe miséria e fome. . Na governação Cavaquista, quando a fome grassava de Norte a Sul, e nomeadamente nos milhares de desempregados, na cidade de Setúbal, o Bispo, que ali levantava a voz, era acusado de vermelho e mal visto pelo restante clero. Não sei se BB , alguma vez veio em sua defesa. Pelo menos, nas actuais crónicas do DN, por várias vezes, nos últimos tempos, veio tecer largos elogios à "cultura" de um dos bispos (e não só) mais conotados com a direita. Sendo certo e sabido, qual o conservadorismo retrógrado, que a igreja continua a perfilhar.
Mas, BB, quer lá saber: desde que ataquem os socialistas. Tendo-se até deslocado "ao Porto, a fim de debater, publicamente, com o bispo D. Manuel Clemente o problema da fome e da exclusão"(...) "O bispo defendeu o espírito de entreajuda, tese também advogada por D. Carlos Azevedo, no Prós e Contras", refere BB, em "A Consciência do Tempo". Acrescentando que "são paliativos que nada soluciona" (mas que admiração) "e apenas evocam um conceito de caridadezinha, amiúde execrável. A Igreja tem de ser compelida, e até arrastada, pelo movimento das ideias, a encorajar o protesto generalizado e a indignação colectiva" Era o que devia ter dito na cara dos Bispos - E disse-o? - Elogios e graxa, obviamente, pois o clero é refractário à crítica directa.
Porém, "a indignação" que BB advoga é outra: é a do oportunismo! A que habitualmente BB defende nas suas crónicas de "jornalismo militante, de engajamento ao partido, a que terá aderido pós 25 de Abril. Pois até ali era mais um dos jornalistas que parece nunca ter sido incomodado pelo velho regime. E, pelos vistos, ainda não perdeu o comboio.
Ou será que, a media, controlada, pelo capital, alguma vez convidará alguém que não entre no seu jogo?... Lá vai havendo uma voz ou outra, mas é apenas para colocar a cereja e compor o ramalhete sobre o seu enorme bolo. E, BB, até sabe que é assim: só que, BB, não tem a coragem de assumir que também é outro dos privilegiados que ele aponta no chamado "Ranço Salazarista"
"Lemos os jornais e não acreditamos. Lemos, é como quem diz – os que lêem. As televisões são a vergonha do pensamento. Os comentadores tocam pela mesma pauta e sopram a mesma música. Há longos anos que a análise dos nossos problemas está entregue a pessoas que não suscitam inquietação em quem os ouve. Uma anestesia geral parece ter sido adicionada ao corpo da nação."
Claro, Baptista Bastos, critica os outros, mas não é excepção -É já houve mais quem lho dissesse, mas ele acha que são "escorrências" de "rancor" que não lhe pertencem.
Baptista-Bastos continua a fazer de conta que não é nada com ele…
"Baptista Bastos continua a vergastar a malta que comete o supremo pecado da «abdicação da consciência em nome da subordinação às estratégias de momento; da vassalagem; das pequenas trocas de favores.» Continua a verter graçolas altaneiras sobre todos os que não atingem o Olimpo dos seus famosos valores: «carácter» e «integridade». Agora, são os deputados faltosos, amanhã, sabe-se lá. Ele continua a sonhar que não sabemos que o poleiro da sua superioridade moral não passa de um recanto no favor dos poderosos. Só me apetece sussurrar uma fórmula que imagino mágica para afugentar estes sacos de vento pomposos e patéticos: bardamerda!
O PAÍS DE ABRIL EM QUE, BAPTISTA BASTOS, AINDA NÃO PASSOU DAS PALAVRAS AOS ACTOS E NEM SE LIVROU DA RANÇOSA REVERÊNCIA SALAZARISTA CRISTÃ.
PELO MENOS, TECE-LHES RASGADOS ELOGIOS - DIZ QUE, SARAMAGO, SÓ FOI CRITICADO PELO VATICANO E QUE A IGREJA PORTUGUESA SE DISTANCIOU - MENTE E BRANQUEIA OS FACTOS!.Os ateus são radicais?.
Diz BB que "A hierarquia da Igreja Católica Portuguesa distanciou-se do Vaticano e do seu órgão, "L'Osservatore Romano", que, num artigo inconcebível, cobriu José Saramago de injúrias. Uma vergonha à qual os bispos portugueses recusaram associar-se, mantendo uma elevação moral que merece aplauso. Como aplauso merecem os padres Carreira das Neves e Tolentino de Mendonça pelas declarações que prestaram publicamente2 - Baptista Bastos, ao Jornal de Negócios.Mas veja-se como ele se esqueceu das farpas de .Dom José Policarpo Critica Livro De José Saramago Feitas Pelos Ateus ..José Saramago já reagiu às críticas da Igreja Católica e afirma que "não se poderia esperar pio
O"Ranço Salazarista"- ainda no ponto de vista do nosso arguto"Frei Tomás", aliás, Baptista Bastos: "Vivemos num país que já nada tem a ver com o País de Abril. Aliás, penso, seriamente, que pouco tem a ver com a democracia(...) O QUE significa que nem tudo foi extirpado do que de pior existe nos políticos portugueses. Há um ranço salazarista nesta gente. E, com a passagem dos dias, cada vez mais se me acentua a ideia de que a saída só reside na cultura da revolta"
Tem razão o autor do “Cão velho entre as Flores” . Há realmente um profundo e azedo ranço, em muitas e “iluminadas mentes”, sobretudo à medida que vão ficando mais velhos e azedos. E até mais vaidosos, já que dificilmente se livram do lacinho a disfarçar as rugas da papeira, que prendem no colarinho da camisa, quer no Inverno quer no pino do Verão, achando eles, certamente, os tais grandes figurantes da nossa intelectualidade, que isso os distinguirá ainda mais da raia miuda, com a qual não se identificam nem gostarão de ser confundidos, pois claro. Mas isso aplica-se, não só às mentes, que não evoluíram, que ainda continuam a pensar como nos tempos do velho ditador, como a muitas outras, que julgam reger-se por valores marxistas intocáveis. Parece-me que é o caso de Baptista Bastos. Dos tais que só descobre maldades e vícios nos outros.
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