sexta-feira, 13 de março de 2009

RTP – OS COMENTADORES DA ESTAÇÃO PÚBLICA - “PEDRO LOMBA E O REGIME DOS AMIGOS”.






Imagem de :mafiadacova.blogspot.com - o Salazar daBosta - com o troféu RTP do português mais cagalhão













TODOS MUITO IN, MUITO PATRIOTAS
E MUITO AMIGOS DOS SEUS AMIGOS - DOS BARÕES DO CAROÇO
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PEDRO LOMBA E O REGIME DOS AMIGOS”.
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A expressão aparece no blogue, em Notas & Apontamentos. [Pedro Lomba, Pedro Mexia e Francisco José Viegas]
foradomundo@oninet.pt. –
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E, olha, logo que três! São todos muito bem-parecidos. Aplaudiram a invasão do Iraque e são anti-aborto. Dizem-se de formação católica. Gozam de colunas especiais nos principais jornais e são convidados para fazerem os comentários que forem precisos na empresa pública de rádio e televisão - De onde vão buscar chorudos cachets. Do que escrevem ou comentam, não é difícil perceber que tomam o papel de habituais conselheiros das políticas internas do PSD - cujos artigos costumam ser muito recomendados ( e até citados) por algumas hostes deste partido. E também não é difícil compreender qual é o seu maior alvo. Digamos, fazem parte daquele tipo de elite a que agora ( para seu disfarce)se convencionou chamar de politólogos. Mas, para ser mais directo, chamar-lhe-ia, a esta e outra tropa do género de AS “BRIGADAS MEDIÁTICAS” ou de “OS ALTOS COMISSÁRIOS POLÍTICOS DO ASSALTO AOS MEDIA”.
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Um deles, um tal Pedro Lomba (dizem os biógrafos: “Católico por educação, nasceu numa família de "classe média muito portuguesa". Pai do Norte, mãe do Sul, vindos da província para os arredores de Lisboa, PSD, "conservadores na moral, progressistas sociais", no sentido de o Estado "assegurar existência condigna aos desfavorecidos") apareceu, ontem, no telejornal da noite, do segundo canal da RTP, na qualidade de politólogo, para falar da popularidade do Governo e de José Sócrates – tema que o jornal público – sempre “politicamente muito oportuno e correcto” - trouxera para a sua primeira página do dia. E, afinal, qual foi a grande conclusão que esse senhor Lomba, ali trouxe e quis fazer passar: de que “Manuela Ferreira Leite é que é uma pessoa séria e que Sócrates não é": desde que a CS fez a denúncia de “casos que ele nunca explicou muito bem” – É preciso não ter pudor algum. Mas ele não tem culpa alguma - Quem não tem vergonha é um serviço público que jamais dá sinais de se desvincular da herança de Morais e da teoria do arregimentado político
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E persiste na sua descarada instrumentalização, por mais advertência da ERC. Não gostaria de insistir na denúncia mas acho meu dever cívico não me conformar. Sei que não adiantarei nada, porque, essa gente, tem a faca e o queijo na mão – e tem mais poder do que o próprio poder. Mas não o sabe usar com imparcialidade e objectividade. Não faz informação, faz politização. Voltarei ao assunto as vezes que entender. Mesmo que saiba que, tais cérebros, bem pensantes - tão cientes estão da sua importância que “não recebam lições de ninguém”.
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Conforme recordei noutro post, enquanto Ministro da Presidência de Durão Barroso e Santana, o "grande timoneiro", Morais Sarmento defendeu que “deve ser o Governo a definir o modelo de programação da RTP, porque é o Executivo que responde pelas decisões praticadas na televisão pública” Para este destacado dirigente e militante do do PSD , “não são os jornalistas nem as administrações que vão responder perante os eleitores" pela informação ou pela programação da estação pública”.

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E, de facto, bem vistas as coisas, até talvez tivesse razão: quem responde pela boa ou má governação, perante a opinião pública, não são os jornalistas. A estes compete o dever de informar e criticar com isenção e rigor. Mas, como o não fazem, são a arma aproveitada por parte de quem se deixa instrumentalizar.
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Todo o cidadão é livre de expressar a sua opinião, de poder perfilhar um credo, uma religião ou uma ideologia. O fascismo não gostava e não tolerava aqueles que não pensassem como eles.
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No entanto, pelo que se conclui, ainda há muita gente que herdou essas sequelas e não há maneira de encaixar esses princípios consagrados na Constituição. E tentam impor deliberadamente apenas as suas opiniões. Daí que aqui queira deixar esta minha humilde sugestão: uma vez que, hoje em dia, a presença de jornalistas da esquerda, nos principais órgãos de comunicação social(controlados pelo capital), cada vez vai sendo mais rara, e, querendo a RTP servir-se de jornalistas como comentadores políticos, porém, como estes já dificilmente representam as várias correntes de opinião, então, se quer respeitar o pluralismo democrático, que se deixe de uma vez por todas dessa farsa: dê-se esse papel aos políticos de carreira: ponham-nos em confronto e deixem que eles exprimam ou esgrimam os seus argumentos. Ao menos, assim, sempre existiria um mais aberto e amplo debate de ideias e consequente avaliar de opiniões. E, realmente, se já jornalistas que se sintam vocacionados para essa profissão, então que a sigam, a experimentem, tal como outros já o fizeram. Mas que não foram lá grandes exemplos de oralidade e de intervenção - Tais como, Manelas Mouras, Vascos Valentes, Elisas Marias e outros e outras que tais..

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Os serviços de notícias dos três canais ditos ‘generalistas’, sem excepção, são cada vez mais divertimento e espectáculo e cada vez menos informação. Desapareceram os comentários inteligentes e informados. Foram-se os especialistas que podem ajudar a compreender. Acabou o recurso a documentação e arquivo que permita colocar os factos em contexto e percebê-los melhor. A explicação serena e fundamentada foi abolida. (…) O ‘directo’ é o maior incentivo à preguiça que se conhece. Dispensa trabalho e reflexão. Não precisa de inteligência ou estudo. É o que existe de melhor como veículo de emoções, até de histerismo. É finalmente o factor de mutação da notícia em espectáculo. É a autorização para não pensar nem investigar. É a troca deliberada, feita pelos editores e pelos jornalistas, de reflexão, do estudo, da investigação e da edição, todo este trabalho que deveriam ser os pergaminhos do jornalismo, pela aparência do imediato, do espectáculo, da concorrência entre canais e do despacho. É o reino das emoções em directo, o contrário mesmo do que deveria ser o bom jornalismo. O ‘directo’ não é a causa primeira, mas é o instrumento de degradação da televisão. É, sobretudo, a destruição da informação e da inteligência.(…)”
António Barreto, A arte da irrelevância,
Público

, 4.5.2008

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