domingo, 22 de fevereiro de 2009

TVI - AVEIRO:JORNALISTA FAZ PAPEL DE" PAU MANDADO"- PRECARIZAÇÃO A QUANTO OBRIGAS!!...- SÓCRATES NÃO LHE DEU TROCO.

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"COMO É QUE SE PASSOU DE UMA ESPÉCIE DE GLORIFICAÇÃO DO JORNALISTA, HERÓI DA SOCIEDADE MODERNA EM MEADOS DOS ANOS 70, PARA A SITUAÇÃO ACTUAL EM QUE, TRANSFORMADO EM NOVO "CÃO DE FILA", OCUPA O LUGAR CIMEIRO NUMA ESCALA DE DESCRÉDITO"? - Ignacio Ramonet
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Havendo hoje, tantas opções, nos canais de cabo, pergunto: quem é capaz de suportar tamanho lamaçal de detritos em tão longos e exaustivos estendais?!.. De temas e acontecimentos, que só há uns anos atrás, apenas poderiam ser objecto de matéria nos jornais do crime e outros que tais?! - Obviamente que uma grande parte do público já não suporta tais enxurradas. O descrédito e a perda de qualidade da informação é um dado crescente. Os patrões dos canais generalistas pensam que ainda são os senhores das audiências. Estão engandos! Ou antes, querem enganar-nos. - Mas o golpe fatal acontecerá no dia em que a digitalização for plena.
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São os sinais dos tempos - A crise é geral: o próprio jornalismo, não foge à regra. A precarização laboral é um fenómeno social galopante que se estende por várias sectores de actividades. Atinge também os jornalistas. Daí a transformá-los numa espécie de meros tarefeiros ou de paus mandados dos chefes das redacções, vai um passo. A concorrência é tremenda, as pressões comercias intensificam-se e já não há emprego seguro. Cada um faz pela vida e a vontade do patrão é soberana. Faz o que te mandam se não vais para a rua! - E não precisa de estar lá; há quem o represente. Hoje na informação cruzam-se muitos interesses: -e há quem se vergue! E, em televisão, só quem é míope é que não vê! - Confrangedor! - E nem é preciso ser um telespectador muito atento para perceber se o jornalista questiona, comenta, descreve, age, norteado por princípios de isenção e de rigor, na busca da verdade, de denunciar ou de informar ou se é um “arregimentado”, um comprometido, um manipulador!
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“Os media não devem continuar a fazer de conta que são o olho que observa, mas que não pode ser visto. Esta metáfora não pode ser aceitável “ diz o autor da Tirania da Comunicação, “porque os media não tem uma posição privilegiada do periscópio ou de panótitico. Hoje, toda a gente os vê, os observa, os analisa, e numeroso estudos demonstram, com muita clareza, que não são perfeitos.” Porém, há quem se esteja nas tintas para os olhos dos mais atentos."
Penso que é dessa verdade, que se terá esquecido o enviado da TVI na visita que José Sócrates efectuou neste último Sábado a Aveiro.
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Ao jornalista, cabe-lhe o papel de investigador e de denunciador mas não de juiz. Pode também comentar e opinar. Mas nunca substituir-se aos Tribunais. Porém, a tentação, torna-se irresistível face a um jornalismo desrespeitoso das liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos(especulativo e sensacionalista ) que fundamenta o seu êxito comercial mais na base da emoção o que na razão. Em que, ele é, ao mesmo tempo, o instrumento, o mercador e a própria mercadoria. Este é o jornalismo da TVI e dos dias de hoje. O jornalismo do mais abjecto espectáculo - Aquele que privilegia a superfície, o alarido, o diz-se, que faz da informação mero produto simplificável, mercantilista, convertível num pacote. Que não se esforça pelo apuramento da verdade mas tão só por lançar a dúvida, o alarme social, a insídia e a confusão. Quer mostrar que denuncia os corruptos mas ele próprio, agindo como age, é corruptível e corruptor. Susceptível de se deixar instrumentalizar - principalmente quando tende a envolver-se no jogo partidário.
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O primeiro-ministro José Sócrates foi a Aveiro numa jornada oficial. Os motivos da sua agenda são públicos e não vou repeti-los. De entre os jornalistas presentes, estava também um repórter da TVI. Mas, pelo que verifiquei no telejornal da noite, a principal razão deste canal televisivo de ali ter feito descolar o seu enviado, veio a verificar-se que não era propriamente com o fito de fazer a reportagem dos projectos que José Sócrates ali ia apresentar. Pelo que depreendi, tal matéria pouco interessava à redacção, que, conforme depois seria dito na peça, classificaria a visita de Sócrates, como “ a repetição de uma cerimónia, apresentada com toda a pompa e circunstância, há duas semanas.” - Curiosamente, nessa noite, até a "insuspeita" Moura Guedes abria a janela do seu palco com a dita reportagem - Mas, pelo que me apercebi, aquilo parecia ter "veneno na venta".. - Era talvez mais para abrir o habitual apetite antropofágico!...
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De facto, está mais que provado que este canal não prima pelo rigor e pela imparcialidade. Busca o jornalismo sensacionalista a qualquer preço. A procura da imagem ou da palavra que provoque a ilusão da autenticidade. Simplesmente a consecução desse objectivo: ,apenas emoção, porque, a informação objectiva e verdadeira, dá muito trabalho, é rígida e não produz espectáculo!
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José Sócrates, não é parvo nem creio que seja masoquista, e fez muito bem. Não lhe deu troco. Ninguém é obrigado a falar para TVs que nos agridem e insultam e agem de má fé. Procedimentos destes caiem no descrédito e não justificam perda de tempo. O Presidente da Entidade Reguladora recusou-se a falar para “um comissário político do patrão do Expresso. E era o que deveria fazer o PM e outras entidades ou pessoas que se sintam caluniadas e feridas na sua dignidade. Talvez assim se acabasse, de uma vez por todas, com essa promiscuidade.
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Como não lograsse arrancar-lhe uma palavra que fosse, foi então depois fazer "um directo", junto de um punhado de sindicalistas da SGTP ( os mesmos que já haviam ali estado em 12 de Maio do ano passado - e que obedecem à mesma estratégia habitual a que já nos habituaram), enquanto Sócrates cumpria a última fase da sua agenda. Mas estavam no seu direito. Vivemos em democracia. Agora o que não creio é que, como disse o presunçoso repórter, Sócrates tenha saído dali “chamuscado e com as orelhas a arder”, por não ter recebido os habituais contestatários. Acho que quem terá ficado queimado ou pelo menos correndo o risco de não ter sido levado a sério - sobretudo na opinião dos telespectadores mais atentos - dos que não se deixam facilmente tomar por sectarismos primários - foi a figura patética de um jornalista que parecia ali ter sido enviado como verdadeiro pau mandado e que, não logrando a resposta que pretendia para alimentar uma informação especulativa e sensacionalista, fez um esforço caricato para desvalorizar a visita do governante. Isso é o que se chama de jornalismo de sarjeta, feito por jornalistas com olhos vesgos e "orelhas de burro". Infelizmente é o prato que se nos apresenta no dia a dia.
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Queria que o PM respondesse à TVI se conhecia ( já não me lembra quem) determinada pessoa que (dizem as fontes “insuspeitas e credíveis” da TVI) é citada no processo Freeport. -O qual está, como é conhecimento público, em fase investigação e de segredo de justiça. Mas a TVI (manda e pode - e tem de facto um poder colossal consigo que usa e abusa a seu belo prazer, ignorando as leis e contrariando as boas normas) sim, queria, à viva força, saciar a gula da sua insaciável avidez para promover mais um alarido de faca e alguidar. Onde a tónica dominante não é informar, mas julgar! Reportando-se a factos descontextualizados no espaço e no tempo e sem que todas as pessoas referidas tenham sido ouvidas. Associa ao Primeiro Ministro, os nomes do tio, do primo, de fulano, beltrano ou sicrano, que ocuparam ou ocupam esta ou aquela função, actual ou antiga, e, se fulano ou sicrano, está ou vai ser investigado disto ou daquilo, é porque José Sócrates, também é réu, cúmplice, está envolvido no conluio, na mesma tramóia! Um vídeo ( filmado ou forjado, sabe-se lá como e a que a investigação recusa dar credibilidade) parece ser a fonte, o pretexto principal para que se justifiquem acusações levianas e se levantem suspeitas e façam acusações.
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Claro que ninguém está acima da lei - Mas o próprio PM já o disse: que se disponibilizaria a prestar esclarecimentos à Justiça, se fosse convocado. Ou entenderá que esta televisão tem, sobre José Sócrates , plenos poderes para que, do alto da sua arrogância e prepotência, lhe deva pleito de subserviência e submissão?!...

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