sexta-feira, 15 de maio de 2009

CÂNDIDA DE ALMEIDA - NUM RASGO DE LOVÁVEL BOM SENSO RECONHECEU QUE O PAPEL DE COMENTADORA NA RENASCENÇA NÃO SE COADUNAVA COM AS SUAS ALTAS FUNÇÕES

«
«

«
«
Cândida de Almeida suspendeu a participação em programa da Rádio Renascença


A directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, que lidera o processo Freeport, alegou estar muito ocupada com as investigações do caso Freeport. A mediatização do caso terá sido um dos motivos que levou à suspensão - foi hoje notícia

Fez muito bem - Já o devia ter feito há mais tempo. Ou , antes, nunca devia ter aceite um tal convite envenenado - Ou alguém duvida que, a sua participação, numa estação conotada a um credo religioso e com os quadrantes mais conservadores, não tinha ali um cariz político? - Cândida Almeida, por várias vezes, veio publicamente afirmar que "não há manipulação política do processo Freeport "- Claro que há - e tem sido manifestamente evidente por parte de certos magistrados que se expõe a um excessivo mediatismo nos principais órgãos de comunicação social! - Sendo eles, mais das vezes, a principal fonte que os alimenta. E se apenas fosse essa instrumentalização - Tem-se verificado nos mais variadíssimos assuntos. Não competindo a uma magistrada ou magistrado pronunciarem-se sobre questões de ordem política. Mas isso já se tornou numa rotina. habitual - Por vezes, Cândida de Almeida, ao cair na tentação de citar Manuela Ferreira ou Paulo Rangel - a propósito desta ou daquela afirmação - evocando consensos, mais me parecia a porta-voz de um partido. Acredito que não fosse com essa intenção. Mas, é a tal coisa, quando as palavras são proferidas e saem da boca - em política - o que conta, não é tanto o que não se quis dizer mas o que se disse.

CÂNDIDA DE ALMEIDA - É UMA EXCELENTE MAGISTRADA - ACHO QUE NINGUÉM O CONTESTA

A Procuradora Cândida de Almeida é uma mulher séria e corajosa - creio que das poucas figuras mediáticas que prestigia a magistratura. Esteve à frente de processos complexos e arriscados - Tais como do escaldante Processo das FP-25 e, posteriormente, o da chamada "Operação Furacão". Conforme atrás me referi, chefia actualmente o Departamento Central de Investigação e Acção Penal, que está a investigar o caso Freeport. É simpática e tem uma imagem que inspira moderação, ternura e confiança - Já confessou à imprensa que não se sente "desgastada" com o mediatismo e os contornos desta investigação. Isto pela razão de já estar habituada ao "embate mediático que foi o processo das FP-25." - Compreendo a explicação: tudo na vida cria uma certa habituaçã0 - especialmente o fenómeno sedutor dado pelas luzes da ribalta das TVs. Mas também não lhe ficaria mal que fossem os magistrados os primeiros absterem-se de alimentar a sua fornalha sensacionalista . Mas ainda bem que reconheceu que, o papel de comentadora habitual numa rádio, não se compadece com quem tem a seu cuidado grandes responsabilidades - E que os tais comentários lhe roubavam muito tempo e que todo o tempo lhe é pouco para matérias demasiado importantes- Nas quais, tantas vezes - fica em suspenso o bom nome e o futuro dos investigados. Congratulo-me pelo bom senso da decisão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário