quinta-feira, 13 de maio de 2010

MANUEL ALEGRE - A VOZ DO COMBATENTE DA LIBERDADE INCOMODA OS APOIANTES DO CAVAQUISMO ASSENTE NO CLIENTELISMO, NA HIPOCRISIA E FINGIMENTO .



Manuel Alegre foi mobilizado para Angola – e, além do sofrimento que teve, com as privações, as doenças que apanhou no mato e dos perigos que correu, ao ter sido forçado a participar numa guerra injusta e cruel, ele sim, foi um verdadeiro herói.
Porque, a PIDE, a policia de repressão fascista e colonialista, não obstante todas aquelas vicissitudes a que se expôs, nas várias missões de que foi incumbido e que cumpriu com coragem e desprendimento da vida, depois de longos períodos no mato, a paga que lhe daria, o regime Salazarista, fora a privação da sua liberdade, mantendo-o vários meses nas suas masmorras, por suspeita de que a consciência, as canções do poeta - mas., naquela altura, sobretudo a sua personalidade - todo o seu carácter de homem íntegro e vertical, poderia não estar em perfeita sintonia com as ideias obsessivas do velho ditador, fortemente condenadas pelas Nações Unidas e por todo o mundo, apostando no orgulhosamente sós. Na caturrice de que "Angola é Nossa" - quando, durante, muito tempo, até obrigava a carta de chamada aos portugueses que desejassem para lá emigrar, criando--lhe mil obstáculos, só para manter as colónias sub-desenvolvidas nas mãos (no feudo colonial) de meia dúzia de estúpidos e atrasados capitalistas.

Mas, afinal, o que é que poderia esperar-se da cegueira desse velho teimoso seminarista, desse lunático caudilho do regime fascista e repressivo?! - culpado por milhares de vidas inutilmente perdidas – senão a brutalidade e o remar contra o curso natural dos tempos e da história!

Felizmente, que já havia consciências e vozes que não se deixavam adormecer pelo estertor do canto do cisne. E despertavam para outra realidade - Manuel Alegre, foi uma delas - Não traiu nenhum dos seus companheiros no cenário trágico da guerra colonial. Nem ia trair porque, Alegre, tem sido sempre um espírito generoso e abnegado. Estamos convictos de que foi o oficial amigo e solidário para com os seus soldados. Viveu com eles os maus e os bons momentos: aquelas infinitas horas na incerteza amarga e constante das emboscadas ou já sob o fogo cerrado das metralhas. Soubemos que houve quem traísse e lucrasse com aquela guerra - Vendendo munições que depois eram usadas para matar os seus irmãos. E, todavia, nunca foram apanhados ou molestados. Também lá andamos (nos comandos) e ficamos a saber muita coisa.

Nunca privamos com Manuel Alegre - chegámos ali três anos depois. Mas as provas que ele nos mostra(do Exército) são absolutamente irrefutáveis. Estamos certos de que ele está de consciência tranquila. E, mais de que tranquila - mesmo na tropa, sofreu o que muitos nunca sofreram - a adversidade da guerra e a prisão. E, mais tarde, findo o serviço militar, a ausência e o exílio, longe da sua família, da sua cidade e do seu país - Unindo-se ao protesto dos que também desejavam, a liberdade do nosso povo e o fim daquela guerra injusta e do jugo colonial.

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Agora, andam para aí a dizer, que, Manuel Alegre, não cumpriu o serviço militar, que, Manuel Alegre, desertou: o que é falso, como o comprova a sua caderneta militar. Esteve preso, sim, mas não foi pelo facto de ter fugido à tropa. A fuga para a liberdade, fá-la-ia ele, mais tarde, já em Coimbra, depois de ter passado à disponibilidade e ao ter informações que a PIDE , tencionava voltar a prendê-lo - Tem razão em manifestar-se indignado e apelar à justiça e que os caluniadores sejam punidos - Mas , acaso, ainda funcionará a justiça neste país? . Manuel Alegre processa anónimos que colocaram em causa a sua ....

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Paulo de Carvalho - Nambuangongo, meu amor..


REGRESSA DE ANGOLA, À METRÓPOLE, EM DEZEMBRO DE 1963 – A PIDE FIXA-LHE TERMO DE IDENTIDADE E RESIDÊNCIA EM COIMBRA – PORÉM, SABENDO QUE O QUERIAM PRENDER, ENCETA A FUGA PARA O EXÍLIO EM ARGEL –

Eis um excerto do que foi editado, ontem no DN ,e que consta do site de Manuel Alegre - Em Maio de 1964 é avisado de que corre o risco de ser preso pela polícia política.

Refugia-se em Lisboa, na casa do poeta João José Cochofel. Dias depois é levado por este para a casa de Rui Feijó, a Casa de Vilar, na Senhora da Aparecida, Concelho de Lousada. Daí parte em Julho de 1964 para o exílio, com a ajuda dos Drs. Armando Bacelar e Montalvão Machado, em cuja quinta, perto de Chaves, atravessa clandestinamente a fronteira Manuel Alegre divulga registo do seu serviço militar - Portugal -

DOZE ANOS EM ARGEL, ONDE SE JUNTA A OUTROS RESISTENTES - E É O ROSTO E A PRINCIPAL VOZ DE UM PROGRAMA DE RÁDIO - Em 2008, o então vice-presidente da Assembleia da República Manuel Alegre revisitou, emocionado, as instalações de onde emitia a "Voz da Liberdade", durante o período em que esteve exilado na Argélia, antes do 25 de Abril de 1974.Manuel Alegre revisita emocionado posto de emissão da "Voz da .


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REGRESSA DA ARGÉLIA A PORTUGAL, EM 2 DE MAIO DE 1974, UM MÊS DEPOIS DA REVOLUÇÃO DOS CRAVOS – O REGIME FASCISTA, É DERRUBADO E, MANUEL ALEGRE, É, POIS, INDUBITAVELMENTE, UMA DAS PERSONAGENS (UM DOS HERÓIS) QUE MAIS CONTRIBUI COM A ARMA DA PALAVRA E DA POESIA PARA A SUA QUEDA.

Cumpriu o serviço militar e nada deve ao país por esse facto – O país é que, dificilmente, jamais lhe pagará todos os seus esforços, todos os sobressaltos, dedicação e sacrifícios, em prol da liberdade do nosso povo e do seu progresso.

Em conclusão – tal como é referido no seu site: - “Manuel Alegre de Melo Duarte cumpriu o serviço militar, nomeadamente em África e em situações de combate. Não tem nada a esconder, ao contrário dos cobardes que espalham calúnias a coberto do anonimato e contra os quais não deixará de agir judicialmente.”

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.Manuel Alegre em Nambuangongo:
“Levo a imagem de uma escola a nascer num local que era de morte”
08-03-2010 com Angop

"Estou aqui com muita emoção, porque aqui se combateu, aqui morreram muitos militares angolanos e portugueses. Vejo com muita emoção uma escola aqui, num local em que antes foram travados duros combates", disse Manuel Alegre hoje em Nambuangongo, província do Bengo, região em que esteve a cumprir serviço militar na década de 1960.

"Levo a imagem de uma escola a nascer e da vida a florir num local que era de morte" sublinhou Manuel Alegre neste retorno a Nambuangongo, onde se emocionou ao visitar campas de soldados angolanos e portugueses que com ele estiveram a lutar naquele local durante a guerra colonial. O autor do poema "Nambuangongo meu amor", que dá título a sua antologia de poemas de guerra, considera a sua visita a este município da província do Bengo como uma peregrinação pensando naqueles que aqui morreram, sublinhando que após a guerra nasceu uma Angola independente e um Portugal livre e democrático.

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PS prepara apoio a Manuel Alegre.....Cúpula do PS apoia candidatura de Manuel Alegre -... A direita lança notícias para dividir. Socialistas contra apoio a Alegre alertam para riscos..Manuel Alegre 'liga' Cavaco Silva à Groundforce....Alegre «farto» de ouvir profetizar o fim de Portugal........

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