sábado, 4 de abril de 2009

FREEPORT E A TV DA MANELA - “SENHOR PRIMEIRO MINISTRO: HOUVE OU NÃO PRESSÕES?! DIGA SIM OU DIGA NÃO!" - PERGUNTA A NERVOSA ENVIADA TVI

de: oquisto.didactico.blosgpost.com
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Prossegue o folhetim Freeport no TELEJORNAL NACIONAL da Manela.

Coitados dos jornalistas (sobretudo dos que estão a vínculo precário ou assalariados)que têm que se sujeitar a servir de mandaretes de recados aos caciques das televisões capitalistas! - Em todo o mundo, onde os seus tentáculos se estendem, o comportamento dos patrões e dos seus lacaios, é o mesmo. A que ponto chega o servilismo e a submissão jornalística! - Sobretudo para os bons profissionais! - Que esforço - nos actuais media - não terão que fazer para não perderem o emprego?!...

Em relação ao jornal Nacional, apresentado por Moura Guedes, recuso-me a ver tão execrável género informativo, que já vai além da náusea e do vómito - Porém, e à semelhança de outras vezes, apenas quis dar uma espreitadela para ver como arrancavam as primeiras manchetes. Por uns escassos instantes, abriu-se o telejornal com a notícia de mais uns morticínios violentos de um tresloucado, na América. É este um pouco da imagem e dos reflexos dos valores que se cultivam no mundo actual – da própria neurose que se atravessa.


Passou-se de seguida ao folhetim habitual: agora para se falar das “pressões” que, na óptica de um certo sindicalismo judicial, impaciente e nervoso, que já deu sobejas mostras da sua fraca resistência às influências – venham elas donde vierem – e também à sua incapacidade de separação e independência de poderes - não pára de agitar o mesmo papão – E não é só de agora. Só os cegos (ou a quem lhes apare o ruído) é que não vêem onde tudo isto quer chegar… Vá-se lá confiar nesta gente! – Entre o jornalismo sensacionalista e o alarido de um certo sindicalismo desbravado e alarmista, venha o diabo e faça a escolha!

O Primeiro-ministro, José Sócrates, não obstante as insinuações e acusações de que vem sendo alvo, por parte da TV e da imprensa sensacionalistas, continua no cumprimento da tarefa que uma grande fatia do eleitorado português lhe confiou. Saberá, com certeza, que quem o vai julgar, no fim da legislatura, é o escrutínio nas urnas. E, certamente, como qualquer cidadão consciente, saberá também que a conjuntura económica, nacional e internacional, é gravíssima, que requer redobrado esforço e atenção! Ressalta à evidência da dura realidade, que tem mais em que se preocupar do que responder a perguntas gratuitas e provocadoras.

Não é a mim que me compete vir em sua defesa – Contudo, como eleitor, atento, de modo algum posso ficar à margem da análise destes factos perturbadores e inquietantes.Há, no entanto, quem não se importa disso, e insista no mesmo tipo de folclore e insinuação.E, por isso, sem grande espanto, continue a assistir a mais um patético e ruidoso folhetim informativo:

Pergunta a enviada da TV da ex-cantadeira: "Sr. Primeiro ministro é verdade ou não que o governo faz pressões sobre os magistrados do Processo Freeport?!" –

José Sócrates, optou pelo silêncio, e fez muito bem: ou se dá mostras de não interferência no poder judicial ou então cai-se no mesmo erro que alastra por quem não cessa de interferir no poder político (mas vocifera o contrário) e tinha a obrigação e o dever constitucionais de proceder de forma diferente.

JORNALISMO-CÃO!

"Não há no mundo melhor ofício do que este, mas na minha idade já me aborrece muito", disse, há uns tempos, o escritor Garcia Marques, que confessou "sofrer como um cão" pela má qualidade do jornalismo escrito e porque é raro encontrar artigos ou reportagens que sejam "autênticas jóias".

Por outro lado, por cá há também quem defenda que, “ se jornalistas e leitores não cuidarem de defender um jornalismo íntegro, com memória e profundidade, estarão a contribuir para que se cumpra a velha sentença do escritor Mário de Carvalho, de que “o jornalismo cão há-de merecer um mundo-cão”, afirmou o jornalista Miguel Carvalho durante a entrega do 11º Prémio Orlando Gonçalves de Jornalismo, a 30 de Setembro, na Amadora.

Mais de que uma denúncia, cumpre-me também o dever de contribuir para a reflexão desta grave ameaça.

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