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Certamente que, Paes do Amaral, que não teve sucesso na actividade livreira, com a compra e junção de várias editoras, já terá reflectido no erro que cometeu - Por um lado, porque, o seu novo negócio, foi um fracasso; por outro, porque, perdeu uma fonte altamente lucrativa, visibilidade e fama - E quem agora a detém (embora mal amada e vista com desconfiança e descrédito crescentes), são justamente aqueles que, na altura, eram seus empregados ou subalternos e, hoje, são quase mais do que patrões.
Creio que valerá a pena reflectir nalguns excerto do artigo que tomo a liberdade de transcrever, editado no blogue Arraiamiúda, em 9 de Novembro de 2005:
“Controlada a MEDIA-CAPITAL e a TVI por um grupo de comunicação social que faz da mentira, do escândalo fácil, da invenção de noticias e da perseguição política o seu modo de vida, a PRISA, constitui-se assim na maior ameaça à independência nacional desde que as tropas de Filipe II cruzaram a fronteira em 1580“.
“Outra das características universalmente reconhecidas a Polanco, é a sua absoluta inflexibilidade.” (…) “Polanco Filho, segue na mesma senda de falta de respeito pelas regras e pelas leis dos países onde a PRISA é autorizada a instalar-se"
E prossegue na sua denúncia, o blogue Arraiamiúda:
“Polanco começou o seu império, com o apoio do ditador Francisco Franco, que autorizou alguma abertura nas rígidas leis espanholas no inicio dos anos 60 sobre a propriedade de órgãos de comunicação social (no caso editoras livreiras). Polanco e a sua familia lançam a editora PUBLICACIONES SANTILLANA, e rapidamente se expande, ainda em 1963 à Argentina e em 1968 para o Chile.“
“Em 1976 Polanco cria o diário El Pais, de tendência liberal centrista e posteriormente é criado o grupo PRISA para acomodar o seu crescente interesse em editoras e distribuidoras de livros. Nas américas é criada em 1972 a SANTILLANA – México e a SANTILLANA USA, em 1977 é criada a SANTILLANA Venezuela, em 1981, o grupo SANTILLANA chega ao Perú e em 1988 à Colômbia.”
“Em 1989, compra Constância Editores em Portugal, em 1991 o grupo chega a Porto Rico, em 1992 ao Uruguai, em 1993 à Costa Rica e ao Equador, em 1994 República Dominicana e Bolívia. Em 1994 a PRISA toma uma participação no jornal de extrema esquerda britânico “The Independent”.“
“Em 1995 a SANTILLANA chega à Guatemala. Em Espanha a SOGECABLE (controlada a 19% pela PRISA) deixa de ser comparticipada pela Telefónica. Em 1997 chega ao Paraguai. Em 1999 a PRISA compra 19% da rede colombiana Caracol e em 2000 dá-se a reestruturação em que a PRISA absorve o grupo SANTILLANA. Em 2001 compra 49.5% da TELEVISA.
O império de Polanco, inclui assim, entre outros meios os seguintes:
Diario español “El País” “
“Edição española da revista “Rolling Stone“
Diário económico “Cinco Dias “
Revista “Cinemanía”
Diario desportivo “AS”
TV por cabo em Espanha“
“19% da Sogecable – o único canal digital de televisão pago (varios canais, entre os quais os directos de imagens de clubes como o Real Madrid).“
“Controlo da empresa “Cablevision” “
“Estações emisoras de rádio
”Sociedad Española de Radiodifusión SER” - 420 estações regionais em Espanha.”
“49,5% da Televisa’s Sistema Radiopolis (17 estações emisoras no México que controlam 9% do mercado.”
“Grupo Latino de Radiodifusión en Hispanoamérica”, que soma cerca de 300 estações de rádio no Panamá, Chile, Colombia e Costa Rica.
Estação de rádio AM em Miami na Flórida.
Estação de rádio em França (Grupo Latino de Radio)”
“Gráficas
20% da Prisaprint (empresa española de impresión),
Mateu Press
Mateu Cromo”
“Producção de video e cinema
Acordo com a Televisa y Univisión para televisão e cinema em lkingua castelhana
Música:
Gran Vía Musical, incluindo:
Produção de discos, organização de concertos e gestão de direitos
O grupo PRISA estendeu os seus tentáculos por vários países da América Latina, e quase sempre que há uma compra, há normalmente suspeita de compadrio” (…) ” Este tipo de comportamento é necessário, porque normalmente o grupo PRISA necessita alterar as leis dos países onde se instala, e onde normalmente (como é de regra) há leis que impedem a detenção de órgão de comunicação social por estrangeiros”. (..)”e essa é a principal razão do insucesso nos Estados Unidos, onde os métodos” (…) “de Polanco, enfrentam poderes demasiado fortes, ou no Reino Unido, onde as suas tentativas de entrar no mercado enfrentaram dificuldades insuperáveis.”
“Polanco e a PRISA, entram nos mercados onde é possível entrar” (…) com ” as mãos de políticos e de pessoas influentes. Em toda a América Latina, há coros de protestos dos jornalistas despedidos, ou forçados a despedir-se, como ocorreu com a Bolívia.”
“Os jornalistas que fazem greve são despedidos liminarmente, sem qualquer outra razão. Na Bolívia isso é crime, mas a PRISA não respeita as leis quando tem contactos com os meios políticos, para ter o direito de pôr e dispor as coisas a seu bel-prazer.“
“Quem não respeita as leis e as instituições noutros países, vai respeita-las em Portugal?”
publicado porPadeira @ Quarta-feira, Novembro 09, 2005 “
Na altura em que fez a denúncia, era natural que ficasse com algumas reservas quanto às suas afirmações, pois entendê-las-ia como se fosse por alguma eventual conotação aos socialistas. O que não era o caso, como se veio a comprovar. Hoje, porém, parecem-me actuais. A ideologia desta gente, é a cor do dinheiro. Jesús Polanco, já morreu. Mas, pelo que constato, os seus herdeiros, não dão mostras de melhorar a qualidade da informação. E ainda agora a procissão vai no adro…Nomeadamente, com “ascencion del poderoso comandante Moniz y su caprichosa esposa Moura” - Em Espanha o Líder do PP chegou ao ponto de aconselhar os seus simpatziantes e militantes (empresários) a boicoitarem-lhe a publicidade.
Aproveito para aqui reproduzir este excerto do EL Confidencial
“Pero si el PSOE no es, hoy por hoy, más que González, Prisa es mucho más que Jesús Polanco. Prisa es Polanco y lo más granado del capitalismo español, fundamentalmente la gran banca. Prisa son los March, los Ybarra, los Botín, las Koplowitz, los Amusátegui, El Corte Inglés… Y los satélites que giran en torno a esos planetas, todo el conjunto de intereses que se mueve en su derredor. De modo que Prisa, más que un grupo empresarial, es, por encima de todo, el Sistema, el Sistema nacido de la transición y nucleado en torno a un eje compuesto por Polanco abajo, Felipe González en el centro y el rey Juan Carlos arriba. Un Sistema mucho más fuerte, más permanente, más duradero que una persona”, explicaba Jesús Cacho en su libro.
¿Se resquebraja el Sistema? "
“
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